sexta-feira, 31 de julho de 2009

Charge do Dia


Brasil triplica distribuição de remédio contra a gripe suína

O laboratório de Farmanguinhos (RJ), da Fiocruz, entregou ontem ao Ministério da Saúde as 150 mil primeiras cartelas produzidas no país do medicamento para tratamento da gripe A (H1N1), a gripe suína, que, até ontem, havia causado 63 mortes no Brasil. Outras 60 mil serão entregues hoje. Cada cartela contém dez cápsulas e é suficiente para tratar uma pessoa.
As 210 mil cartelas do oseltamivir (comercializado como Tamiflu) são o triplo de todo o volume já distribuído pelo ministério --70 mil kits, adquiridos da fabricante suíça Roche.

No momento, a pasta acredita não haver necessidade de fazer novas encomendas à Fiocruz, pois ainda aguarda, da Roche, 800 mil caixas de Tamiflu: 50 mil em meados de agosto e 750 mil até o fim de setembro.
De acordo com o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, a produção local foi possível devido a uma licença voluntária concedida pela Roche. O Tamiflu, feito a partir de fosfato de oseltamivir, é a principal forma de tratamento dos casos graves.
Segundo Felipe, em 2006, em meio ao temor de uma epidemia de gripe aviária, o governo brasileiro adquiriu da fabricante nove toneladas do oseltamivir e obteve permissão para desenvolver o medicamento.
A partir daí, a Fiocruz começou a desenvolver a tecnologia para produzir o remédio, feito da mistura do princípio ativo com substâncias que ajudam no rompimento da cápsula e na dissolução e absorção.

A licença, porém, não permite que o Brasil sintetize o princípio ativo, que precisa ser comprado da Roche. Segundo o ministério, as nove toneladas são suficientes para produzir 9 milhões de tratamentos.
Os 210 mil foram encomendados há 30 dias. Para atender à demanda, a Fiocruz interrompeu a produção de antirretrovirais para Aids, mas, diz Felipe, isso não prejudicou o cronograma desses medicamentos.
O diretor explicou ainda que o remédio da Fiocruz tem a mesma eficácia do Tamiflu. "Ele reforça o sistema imunológico, diminuindo a liberação de vírus e fortalecendo as células para que os vírus circulantes não entrem nelas." Por exigência da Roche, porém, a aparência é diferente. Enquanto a cápsula do Tamiflu é amarela e branca, a versão nacional é laranja. Também não tem nome comercial e só pode ser distribuída gratuitamente.
Conforme o ministério, os kits serão enviados às secretarias de Saúde de RJ, SP, MG, RS, SC e PR. Os outros Estados serão atendidos até sábado.
Descentralização
O Ministério da Saúde afirmou ontem que decidiu, com os Estados, descentralizar a oferta do medicamento, para agilizar sua aplicação. Não muda, porém, o protocolo que determina quais casos devem ser medicados --pessoas em grupo de risco ou situação já agravada.
"[A medida] Atende à evolução da situação nas últimas duas semanas, com aumento grande na demanda", afirmou Eduardo Hage, diretor de Vigilância Epidemiológica.
A forma como isso ocorrerá ficará a cargo de Estados e municípios, que definirão onde o remédio estará disponível e quem pode fazer a prescrição.




Fonte: Folha Online

DF permite que farmácias virem lojas de conveniência

A novidade provocou polêmica no Distrito Federal. A Anvisa e o Ministério da Saúde temem que isso coloque em risco a saúde das pessoas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária não gostou nada dessa novidade. A lei do Distrito Federa, permite que as farmácias passem a funcionar como lojas de conveniência. Ministério da Saúde teme que a novidade coloque em risco a saúde das pessoas.
Elas já têm um pouco de tudo: maquiagem, sabonete, pilha, mel e até relógio esportivo. Lá no fundo, tem remédio também. Agora, uma lei permite que as farmácias e drogarias do Distrito Federal funcionem como lojas de conveniência, para vender todo tipo de produto.

“Acho que é bom porque na correria do dia a dia, elas têm o fácil acesso de entrar na farmácia e já ter tudo”, elogia a estudante Larissa Souza.

A lei permite a venda de cartão telefônico, carregador de bateria, produtos eletrônicos como secadores de cabelo, brinquedos, bebidas não-alcóolicas, pães e até sorvete. Elas também poderão ter máquinas copiadoras.

Nesse novo modelo de farmácia, o consumidor ainda poderá pagar contas de água, luz e telefone. Algumas já têm caixas eletrônicos.

“É uma facilidade a mais para os clientes, principalmente nos finais de semana”, diz a contadora Marli Mazepas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é contra a lei. Defende que farmácias e drogarias vendam só remédios e produtos para promover a saúde. A Anvisa teme que o comércio de bebidas e alimentos atraia ratos e insetos para dentro das farmácias, o que cria o risco de contaminação dos remédios.

Para alguns consumidores, essa abertura pode ser perigosa.

“Acho ruim porque a partir de determinado ponto teremos supermercado vendendo medicamento também”, defende o servidor público Gilson Selicano.

“Não entendo como misturar bebidas com medicamentos, contas”, questiona a funcionária pública Meire Rodrigues.

O presidente do Sindicato das Farmácias do Distrito Federal, Felipe de Faria, não vê problema em diversificar a venda de produtos. Ele diz que a lei exige que os artigos de conveniência fiquem em balcões separados dos medicamentos.

“Essa conveniência vai dar o conforto e a tranquilidade para que o consumidor possa optar. Estar dentro da farmácia, pagar uma conta de energia, um boleto bancário ou fazer qualquer tipo de transação bancária que tenha que efetuar algum tipo de pagamento”, afirma Felipe de Faria.

O Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal recorreu ao Ministério Público. Segundo o conselho, a nova lei é inconstitucional.

Fonte: G1

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Chegou a hora dos mais vendidos

Nos próximos dois anos, alguns dos medicamentos mais consumidos
pelos brasileiros vão perder suas patentes. Com isso, a indústria

nacional de genéricos poderá dobrar de tamanho

Investimento para crescer
Laboratório da Eurofarma, no interior de São Paulo: novas instalações para incrementar a produção


A indústria de genéricos vai ganhar novo e decisivo ímpeto no Brasil. Isso porque estão para vencer, até 2011, 23 patentes no país, dez delas de remédios líderes de vendas. Nessa lista estão, por exemplo, Viagra e Lípitor, que figuram entre os cinco medicamentos mais vendidos aqui. Juntos, os rótulos com patentes por expirar faturaram, em 2008, 1,5 bilhão de reais. É quase a metade de todo o setor de genéricos – número que ajuda a dimensionar o impulso que a queda dessas patentes dará a esse mercado. Hoje, os genéricos representam 18% dos remédios consumidos no país. Com as novas patentes vencidas, de verão se aproximar dos 30%, segundo projeções da indústria. Elas levam em conta que sempre que uma dessas cópias chega às farmácias tende a vender o dobro ou até o triplo do remédio original. Diante de previsões tão vistosas, os principais fabricantes de genéricos se anteciparam à expiração das patentes e estão avançados no desenvolvimento de seus produtos.

Um levantamento da Anvisa, a agência reguladora do setor, mostra que 35% dos remédios com patentes por vencer já têm um correspondente genérico desenvolvido e aguardam apenas a aprovação para ser produzidos industrialmente . "Há uma corrida para chegar primeiro às farmácias com a cópia dos chamados lockbusters", diz Telma Salles, diretora de marketing da EMS, líder no setor.

A pressa para marcar presença nas prateleiras tão logo as patentes vençam tem uma razão. "Em geral, a primeira marca de genérico a ser lançada se torna a líder. Há uma alta taxa de fidelidade nesse setor", explica Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). As empresas nacionais dominam o mercado local com ampla vantagem. Juntas, elas detêm 85% das vendas (os outros 15% se dividem, basicamente, entre a suíça Novartis e uma dezena de companhias indianas). Depois da EMS, aparecem no ranking nacional Medley, Aché e Eurofarma. Todas tê m investido em fábricas mais avançadas, com o objetivo de g anhar produtividade e conseguir cobrar preços mais baixos dos consumidores.

A Eurofarma, por exemplo, destinou 300 milhões de reais à construção de um novo complexo no interior de São Paulo, de onde pretende, pelo menos, dobrar a atual produção e obter ganhos de escala. A lei exige que o genérico custe 35% menos do que o remédio original, mas a meta dos principais fabricantes é reduzir o preço à metade. "O imperativo é ganhar mercado, nem que para isso seja preciso achatar as margens", diz Jairo Yamamoto, presidente da Medley. As grandes redes de f armácias colaboram para acirrar essa guerra de preços. "Como a competição entre as fabricantes é grande, acabo conseguindo descontos bastante elevados", diz Carlos Marques, diretor da rede de farmácias Onofre.



Todos querem copiar
Heraldo Marchezini, da Sanofi-Aventis (à dir.), e Jairo Yamamoto, da Medley: a gigante francesa c omprou a brasileira de genéricos


Para os grandes laboratórios internacionais, aqueles que detêm as patentes, o momento é obviamente delicado. Eles sabem que os genéricos vão devorar seus lucros. Só no primeiro ano após a queda da patente, a per da média de faturamento com o medicamento original costuma ser de 40%. Nesse contexto, é compreensível que as donas das patentes se desdobrem para estender ao máximo o prazo de validade de seu monopólio. Uma das estratégias mais comuns é entrar na Justiça para adiar a queda da patente por um ou d ois anos. É o que faz a Pfizer, por exemplo, ao tentar garantir a patente do Viagra até 2011 (em tese, ela deve expirar em 2010).

As perdas expressivas explicam também a decisão de alguns laboratórios tradicionais de criar divisões de genéricos. É o caso da Novartis, a primeira multinacional a apostar no segmento, com a compra de duas grandes empresas do setor. A francesa Sanofi-Aventis também busca espaço: ela tenta fechar a compra da brasileir a Medley, negócio que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Def esa Econômica (Cade). Essa divers ificação dos negócios se tornou estratégica para que os grandes laboratórios possam dar continuidade ao seu trabalho fundamental de pesquisa e busca de novos remédios. "Inovar é infinitamente mais complexo e dispendioso do que apenas copiar o que já está pronto", diz Gaetano Crupi, presidente da americana Eli Lilly no Brasil. Só com pesquisas para desenvolver novas moléculas, os laboratórios gastam hoje 50 bilhões de dólares por ano – na década de 80, a quantia não passava de 2 bilhões de dólares. Além de mais caro, o processo ficou mais difícil: um remédio que era testado em 400 pessoas antes de ser comercializado precisa, hoje, passar por 5000 voluntários. É óbvio que, quando dá certo, o investimento compensa. As margens de lucro alcançadas giram em torno dos 30%, o triplo das de um genérico .

Briga por um lugar nas prateleiras
Carlos Marques, da Onofre: drogarias se aproveitam da guerra de preços

O setor de genéricos brasileiro ganhou vida em 1999, quando foi aprovada a legislação sobre o tema no país. Até então, os fabricantes nacionais vendiam os chamados similares .– cópias baratas, quando não pouco confiáveis, que os médicos preferiam não recomendar. Não deixaram de produzir tais remédios, mas os genéricos são hoje, de longe, seu carro-chefe. Com esse novo filão, cresceram e ganharam relevância no mercado nacional.

A EMS, por exemplo, é líder não apenas dos genéricos, mas também de todo o setor farmacêutico no país, à frente de gigantes como a americana Pfizer e a francesa Sanofi-Aventis (seu outro negócio de vulto é licenciar medicame ntos criados no exterior para produção local). Empreendimento que começou como uma farmácia em Santo André, nos anos 50, a EMS tem como dono o polêmico Carlos Sanchez, que, entre outras coisas, já admitiu produzir embalagens que faziam o genérico passar pelo remédio original.

Liderança mundial
Laboratório de genéricos na Índia: o país é o maior produtor do setor

Se as empresas nacionais de genéricos lideram o mercado brasileiro, no cenário internacional elas não têm projeção. "A participação global dos genéricos produzidos no Brasil é insignificante", diz o presidente da PróGenéricos, Odnir Finotti. Quem está à frente do mercado internacional é outro país emergente: a Índia, seguida por Estados Unidos e Israel. O fato de os indianos não haverem respeitado nenhuma patente até 2005 foi determinante para que assumissem a dianteira do setor. Mas houve outro diferencial importante.

Os empresários de lá optaram por dominar todas as etapas da produção de um genérico: dissecar a fórmula do produto original, produzir a matéria-prima necessária para fabricar o remédio e, finalmente, transformá-la em comprimidos. No Brasil, a matéria-prima, ou princípio ativo, ainda é, em grande parte, importada. Justamente da Índia. Por fim, conta muitos pontos a favor das empresas indianas o fato de elas também começarem a investir na pesquisa de novos remédios – quer de maneira independente, quer em parceria com grandes laboratórios ocidentais. No Brasil, algumas empresas, como Eurofarma e Aché, em paralelo ao investimento nas suas linhas de fabricação, têm aumentado o orçamento de seus laboratórios de pesquisa. Mas, de maneira geral, as companhias brasileiras de genéricos, confortáveis na posição em que se encontram, não devem usar o aumento da receita trazido pela queda das 23 patentes para avançar na direção da inovação em vez de se ater à cópia.

Click no link para obter mais detalhes sobre o assunto:
http://veja.abril.com.br/260308/p_064.shtml

Fonte: Veja

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ultimamente observamos nos meios de comunicações várias denúncias sobre falsificação de medicamentos e o consumo destes pela população. Consideramos uma obrigação contribuir para proteger a segurança dos consumidores diante da grave ameaça de medicamentos falsificados.

A população brasileira está entre as que mais consomem medicamentos falsos em todo o mundo. Mais um motivo para abordar esse assunto. Deste modo você vai conferir oito matérias completas que envolvem a fabricação, a utilização, os impactos dos fármacos falsificados para o Estado, a compra de medicamentos pela internet, como identificar uma farmácia confiável on-line, os cuidados que devemos ter e o que acontece na esfera farmacêutica do mundo, do Brasil e de Teresina.

O PharmaNews como um meio de comunicação informativo da Coordenação do Curso de Farmácia está fazendo sua parte no combate aos medicamentos falsificados, através da divulgação de informações e conscientização de todos.

Portanto, leiam as matérias e divulguem, pois elas se multiplicarão contra a falsificação e utilização de medicamentos falsos.


Façam sua parte!

O perigo dos remédios falsos


VOLUME O total de drogas apreendidas neste ano pela Anvisa
é oito vezes maior do que em 2008

"A máfia dos medicamentos age de modo extremamente sofisticado"
Marcos Cipriano, diretor da Polinter, do Rio de Janeiro

Durante a cirurgia, uma bactéria encontrada na metilcelulose causou uma infecção e posterior cegueira em um olho de Cezar. A bactéria também prejudicou a visão do outro olho, que permanece danificada até hoje. "Uma tragédia acabou se abatendo sobre a minha família", conta Julio. Na época, ele não fez registro formal da ocorrência na Anvisa. Além do seu pai - que vive no Equador e nunca mais quis voltar ao Brasil -, outros 12 pacientes operados de catarata sofreram intoxicação com o medicamento distribuído pela empresa Mediphacos e que teria sido produzido por um fabricante que não tinha registro na agência reguladora brasileira. "Errou a distribuidora, ao comprar um produto pirata, e errou a Santa Casa, que operou meu pai e usou um remédio sem o devido controle", conta o engenheiro.

A Mediphacos nega que a metilcelulose fosse de um fabricante sem registro. O diretor industrial da empresa, Marcelo Camargus, alega que inclusive venceram o processo judicial movido pela Santa Casa. "Temos um controle rigoroso", disse. Procurada, a Santa Casa da Misericórdia não havia respondido até o fechamento desta edição.

Click no link para ver a imagem ampliada:

www.terra.com.br/istoe/edicoes/2063/remedios_popup_82_87.html

Remédios contra o câncer também são alvo dos bandidos. Há pouco mais de um ano, a Polícia Federal (PF) constatou a falsificação da droga Glivec, indicada para o tratamento da leucemia mieloide crônica. O remédio é um marco na história da luta contra a enfermidade: antes dele, a sobrevida era de no máximo cinco anos. Hoje, há pacientes vivendo há sete, dez anos, graças a seu modo de ação peculiar (ele ataca somente as células cancerígenas, poupando os tecidos saudáveis).

Por isso mesmo, o Glivec é largamente consumido. Muitos doentes recorrem à Justiça para ter o direito de receber a medicação gratuitamente. Mas aqueles que por algum motivo não conseguem esse benefício são obrigados a desembolsar R$ 5 mil para comprar apenas uma caixa com comprimidos. É claro que a máfia dos medicamentos enxergou aí uma situação perfeita para aumentar suas vendas: pessoas extremamente ansiosas por uma esperança de vida, mas sem condições de comprá-la ao preço do mercado legal. Nas embalagens apreendidas pela PF no Rio de Janeiro, em Vitória e Porto Alegre, contudo, os produtos continham uma mistura de farinha e corante.

A venda de medicamentos ilegais está nas mãos do crime organizado. A rede de receptação, transporte e distribuição é a mesma usada em várias outras modalidades marginais, como o contrabando de armas, drogas, carros ou CDs piratas. "Os criminosos já têm a infraestrutura montada e a utilizam também para distribuir os medicamentos", afirma Ronaldo Pires, gerente jurídico da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. "A estrutura das quadrilhas já tem a sofisticação dos bandos formados pelos traficantes de drogas", afirma Dirceu Raposo, presidente da Anvisa.

O delegado Marcos Cipriano, diretor da Polinter e até duas semanas atrás titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro, cita um caso que ilustra bem o padrão a que chegaram os bandidos dos remédios. "Em uma das quadrilhas, o chefão foi ao Paraguai em jatinho fretado para recolher mais de R$ 200 mil em anabolizantes para distribuir em academias do Rio", conta.

Grande parte dos produtos ilegais vem do Paraguai (outros fornecedores fortes estão na Bolívia, Argentina e também China). Em geral, eles são descarregados em Mato Grosso e, de lá, vão para grandes metrópoles brasileiras e chegam ao consumidor oferecidos em bancas de camelô, sites da internet ou em farmácias, majoritariamente as de periferia, menos fiscalizadas.

Do que se sabe até agora, o principal meio de venda dos medicamentos piratas é a internet. Multiplicamse na rede as ofertas de remédios em sites sem nenhuma segurança, nos quais marcas de altíssima procura são vendidas pela metade do preço ou até menos. Para combater esse crime, a Associação Brasileira de Empresas de Software tirou do ar 5,4 mil páginas da web em que eram vendidos produtos farmacêuticos ilegais. "Na internet, a comercialização é facilitada porque a identificação do criminoso e o controle das vendas são ainda mais difíceis", explica Luiz Paulo Barreto, presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria. O mesmo anonimato que protege o bandido em alguns casos estimula o consumidor, como na compra dos produtos contra a disfunção erétil, por exemplo.

Quem procura um vendedor ambulante também encontra facilidade na compra. Em camelódromos, como o que existe no centro da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, é fácil chegar ao fornecedor de remédios para emagrecer. Bastam algumas perguntas para os vendedores ambulantes e logo aparece alguém oferecendo um produto ilegal.

Nas farmácias - teoricamente o lugar mais seguro - o comprador precisa ficar atento. Muitos estabelecimentos já foram flagrados pela polícia vendendo medicamentos irregulares. Embora isso seja mais comum nos estabelecimentos longe dos centros das cidades e menos fiscalizados, os dirigentes da Anvisa admitem que algumas vezes os remédios piratas chegam ao consumidor inclusive por meio dos balcões de estabelecimentos regularizados.

O farmacêutico Jaldo Santos, presidente do Conselho Federal de Farmácia, reconhece que o número de profissionais que respondem, na entidade, a processos por venda de remédios ilegais aumentou. "Ficaram em torno de 100 nos últimos cinco anos", afirma. Ele, porém, defende a classe: "Na maioria das vezes, a irregularidade é cometida pelo dono da farmácia e o farmacêutico nem fica sabendo", diz.

Fonte: Istoé

O perigo dos remédios falsos


"A enorme carga tributária influencia o aumento desse mercado negro"
André Montoro, presidente-executivo do Instituto Etco

Diante do gigantismo do problema, empresas e o governo federal se mobilizam para tentar detê-lo. O laboratório Pfizer, por exemplo, acaba de mudar bastante a embalagem do Viagra (leia quadro à esq.). Além do lacre de segurança exigido pela legislação, a empresa Eli Lilly, fabricante do Cialis, dotou a embalagem do produto de garantias adicionais, como uma fita que ao ser friccionada por um metal deixa aparecer o nome do laboratório, e um selo holográfico especial.

A Anvisa, por sua vez, investe em nova tecnologia para que seja possível combater os piratas de forma mais eficaz. A partir do ano que vem, será colocado em funcionamento um novo esquema antifalsificação baseado em código de pontos bidimensionais, sistema de rastreamento e identificação de medicamentos que parece ser a última palavra no combate à pirataria. Algo semelhante ao código de barras, com informações como lote, datas e locais de venda.

Os filhos da pílula de farinha

"Tinha uma condição financeira estabilizada e depois de engravidar fui obrigada a vender o carro e outros pertences"







Paloma Trepin, mãe de Emily e Evelyn, de 10 anos

A ameaça ao usuário de medicamentos pode vir de várias fontes - algumas vezes até mesmo do próprio fabricante original. Foi o que aconteceu em 1998, quando o laboratório Schering-Plough produziu um lote da pílula anticoncepcional Microvlar contendo farinha. Os comprimidos, que eram teste da linha de produção, acabaram chegando ao mercado por engano e mulheres de várias partes do Brasil engravidaram depois de tomar o falso medicamento. "Eu havia acabado de abrir um salão de beleza, estava cheia de dívidas.

Já tinha um filho e não dispunha de condição econômica para ter outro", contou à ISTOÉ Roselane Alves Vieira, moradora de Volta Redonda, cidade do sul fluminense, que por causa da falha do laboratório ficou grávida dos gêmeos Caio e Lara. Hoje, os dois estão com 10 anos. "Fui obrigada a vender o salão quatro meses depois de inaugurá-lo para pagar as despesas." Roselane, hoje com 43 anos, entrou com uma ação contra o laboratório e teve ganho de causa nas duas primeiras instâncias, mas o processo está em fase de recurso.

"Essa demora é um absurdo", afirma Roselane. Em situação pior ficou outra vítima da mesma cidade, Paloma Trepin. Ela ficou grávida depois de usar a pílula falsa e deu à luz as gêmeas Emily e Evelyn. Recebeu pensão alimentícia do fabricante por cerca de seis anos, teve o benefício interrompido e o processo foi arquivado. "Tinha uma condição financeira estabilizada e depois de engravidar fui obrigada a vender o carro e outros pertences", diz Paloma. "Agora tenho poucas esperanças de conseguir uma vitória na Justiça."

Com este método, todas as caixinhas de remédio fabricado no Brasil terão sua "impressão digital". O Instituto Etco participou dos estudos para a implantação do sistema. Seu presidente-executivo, o empresário André Montoro, sugere outras ideias. "Boa proposta seria elaborar uma cota mínima de ICMS para os medicamentos. A enorme carga tributária influencia o aumento desse mercado negro", diz. Ou seja, ao tornar o remédio original mais barato, a diferença de preço dos produtos ilegais deixaria de ser um atrativo para o consumidor. Com essas providências, os agentes ilegais seriam combatidos com maior eficácia.

A pena para falsificadores de remédio também é mais dura do que a imposta a quem copia CD ou DVD. Quem for pego fabricando, falsificando ou vendendo medicamento ilegal corre o risco de ficar preso de dez a 15 anos. "A infração foi incluída na categoria de crime hediondo", explica o delegado federal Adílson Bezerra, chefe de Inteligência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Já a pena para a falsificação de um DVD, por exemplo, vai de dois a quatro anos.

Fonte: Istoé

O perigo dos remédios falsos

Pelo menos 20% dos medicamentos vendidos no Brasil são ilegais. Falsificados, contrabandeados ou sem registro, eles colocam a vida em risco

ENGANO
No rótulo, o falso hormônio é indicado para cavalos. Isso é feito para driblar a fiscalização, que se concentra em remédios de uso humano


A população brasileira está entre as que mais consomem medicamentos falsos em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica nesta categoria remédios pirateados, contrabandeados e aqueles que não têm registro no órgão responsável (no caso do Brasil, a aprovação e liberação de medicações é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa). De acordo com a agência, 20% dos remédios vendidos em território nacional enquadram-se nestas classes. Levantamento feito pelo Instituto Etco - entidade empresarial que combate a sonegação fiscal - revela um quadro ainda mais assustador: 30% do mercado é composto por drogas irregulares.

Somente nos quatro primeiros meses deste ano, a Anvisa apreendeu 170 toneladas de medicamentos fora da lei. Oito vezes e meia o total de apreensões realizadas ao longo de 2008. As ocorrências têm sido tão frequentes que apenas uma delegacia especializada no Rio de Janeiro chegou a instaurar 112 inquéritos no ano passado - um a cada três dias.

Trata-se de um "negócio" com igual proporção entre crueldade e lucro. Enquanto engana pessoas doentes e causa prejuízos sérios à saúde, a máfia dos medicamentos falsos movimenta anualmente um valor estimado, segundo o Instituto Etco, em até US$ 4 bilhões. O alto consumo se explica pelos preços mais baixos e a possibilidade de compra sem receita - já que muitos são comercializados pela internet ou em camelôs.

Segundo a Anvisa e a Polícia Civil do Rio, os medicamentos mais pirateados são os indicados para tratamento da disfunção erétil (Cialis, Viagra e Pramil), os que auxiliam no emagrecimento (Sibutramina) e alguns usados como anabolizantes (Hemogenin, Durateston e Deca Durabolin). Independentemente de terem sido falsificados, contrabandeados ou de não portarem registro de comercialização, os produtos oferecem imenso risco à saúde. Os falsificados, por exemplo, não contêm a substância ativa do original. No lugar, ou é colocado algo inócuo, como uma farinha qualquer, ou uma substância que pode fazer mal por sua toxicidade.

"Meu pai perdeu a visão de um olho por causa de um remédio sem registro"

Julio Cahuano, sobre o problema que atingiu o pai, Cezar Cahuano (na foto em sua mão), após receber medicação ilegal depois de uma cirurgia de catarata



Nos dois casos é um desastre. Na primeira situação, obviamente o remédio não fará efeito. Isso significa que a doença continuará seu curso de destruição do organismo sem nada que a contenha. Na segunda, além de a enfermidade ficar sem controle, o corpo ainda corre o risco de sofrer o ataque de um composto nocivo. "Alguns dos medicamentos ilegais para emagrecer, por exemplo, contêm altas doses de hormônios", explica o endocrinologista Walmir Coutinho, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. "Isso pode levar à taquicardia, à arritmia ou até mesmo à parada cardíaca." Ou seja, a possibilidade de morte é concreta.

Entre os medicamentos contrabandeados, muitos também são falsificados ou chegam ao mercado negro fora da validade. "Substâncias com prazo vencido também podem causar efeitos maléficos ou óbito", explica o biólogo Oscar Berro, representante do Ministério da Saúde no Rio. E aqueles que circulam sem registro muitas vezes são fabricados em condições precárias ou jamais tiveram sua eficácia reconhecida por um órgão competente. O pior é que dificilmente o consumidor associa um sintoma adverso ou ineficácia da medicação à causa correta - o uso de um produto ilegal.

"O mais comum é achar que é efeito colateral ou erro do médico", diz Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro. "Por isso, a classe médica tem o maior interesse em que os bandos que colocam esses produtos no mercado sejam desbaratados."

A pirataria chega até a medicamentos comprados diretamente por hospitais - como o Citotec, vendido em camelôs como abortivo, e a metilcelulose, colírio protetor usado em cirurgias de catarata. Este último medicamento causou a perda da visão do olho esquerdo do equatoriano Cezar Augusto Cahuano. Em 2003, seu filho, o engenheiro Julio Cahuano, radicado no Rio de Janeiro desde 1994, resolveu trazê-lo à cidade para que fosse submetido a uma operação de catarata na Santa Casa da Misericórdia.

Fonte: Istoé

Comprando OnLine


A falta de informação ao comprar produtos pela Internet resultou em surpresas desagradáveis para diversos usuários. Organizações criminosas também conhecem as vantagens da Internet. Inúmeros pacientes caíram em seus golpes, comprando produtos que deveriam ser vendidos em farmácias através do eBay ou outros websites de venda. Outro erro é responder e-mails spam que são usados para anunciar medicamentos, em especial para disfunção erétil, e comprar os medicamentos anunciados.

Naturalmente, existem farmácias on-line legais e confiáveis, mas também existem outras ilegais. O “serviço” oferecido por estes fornecedores ilegais podem até parecer uma boa idéia – especialmente com produtos que apresentam algum “fator de embaraço", tais como medicamentos para disfunção erétil. Estes estabelecimentos fornecem aos pacientes medicamentos vendidos somente sob prescrição médica, porém sem necessidade de apresentação desta prescrição. Alguns destes medicamentos falsificados para disfunção erétil, inclusive, fazem efeito. Mas, uma vez que o produto falsificado geralmente apresenta ingredientes ativos diferentes ou combinados com outras substâncias, ele oferece incalculáveis riscos à saúde dos pacientes.

Atenção: o produto que você compra de fornecedores ilegais, supostamente como um produto genuíno ou que dizem ser equivalente a certo medicamento (um genérico), é altamente perigoso para a sua saúde e a saúde da sua família!

A Anvisa adverte:

  • Comprar medicamentos pela internet pode colocar em risco a sua saúde, pois você está sujeito a receber produtos falsificados, adulterados, com concentração incorreta, contaminados ou até mesmo não receber produto algum;
  • Consumir medicamentos que tenham origem desconhecida ou duvidosa pode colocar em risco a sua saúde e trazer graves conseqüências, pois eles podem provocar perigosas reações se associados a outro medicamento que você esteja utilizando. Sites que não identificam o responsável pela venda e não disponibilizam endereço e telefone para contato em caso de problemas devem ser evitados;
  • Adquirir medicamento qualquer sem as orientações de um profissional habilitado para responder a possíveis dúvidas pode colocar em risco a sua saúde, pois você não terá informações necessárias como as possíveis reações adversas, precauções de uso e o tempo correto de tratamento.

Como posso identificar uma farmácia confiável on-line?

A Anvisa recomenda:

  • Tenha cuidado com sites que promovem curas milagrosas para doenças graves ou medicamentos que prometem cura para várias doenças;
  • Evite sites que incluem casos não comprovados cientificamente e que prometem resultados fantásticos para um determinado medicamento;
  • Não compre medicamentos em sites estrangeiros, pois estes geralmente realizam a importação de drogas de forma ilegal. Além de ser arriscado para o comprador, pois a probabilidade de ser enganado é ainda maior, não há nada que a legislação brasileira possa fazer, nesse caso, para proteger o consumidor;
  • Não compre pela internet medicamentos de venda sob prescrição, pois estes estarão sendo comercializados ilegalmente se não exigirem a receita médica;
  • É PROIBIDA A VENDA VIA INTERNET DE MEDICAMENTOS A BASE DE SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL (previstas na Portaria SVS/MS nº 344/98, como por exemplo substâncias anabolizantes, psicotrópicas e entorpecentes). Essa determinação está, ainda, regulamentada pela Organização das Nações Unidas, em conformidade com as Convenções Internacionais;
  • Somente farmácias e drogarias legalmente autorizadas pela Anvisa e licenciadas pela Vigilância Sanitária local podem comercializar medicamentos;
  • Para saber se uma empresa está legalmente autorizada e possui autorização de funcionamento, entre no site da Anvisa - www.anvisa.gov.br. Na lista de áreas de atuação, escolha a opção medicamentos. Em seguida, na opção autorização de funcionamento clique no link consulte as empresas autorizadas a funcionar.
  • Para saber se um medicamento é registrado, o procedimento é semelhante: na página da Anvisa, escolha a opção medicamentos. Em seguida, na opção registro de produtos clique no link consulte os medicamentos registrados. Consumidores que desconfiam de sites ilegais podem denunciá-los à Ouvidoria da Anvisa ou ao disque-saúde do Ministério da Saúde, número 0800 61 1997.
Fonte: bayercontrapirataria.com.br


Tudo sobre falsificação de medicamentos


Histórico

A falsificação é especialmente lucrativa para comerciantes que exploram a boa reputação dos medicamentos de fabricantes originais, conquistada com investimentos e esforços consideráveis para oferecer produtos de alta qualidade, em benefício próprio, sem autorização.

Os falsificadores estão principalmente interessados em vender um produto que pode ser confundido com o verdadeiro com base na sua aparência externa. Eles não têm qualquer interesse em garantir que este produto contenha a composição correta e seja eficaz. Eles podem fabricar seus produtos em locais de fundo de quintal e não se preocupam com as disposições legais detalhadas e rigorosas que regem a fabricação de medicamentos de alta qualidade. Só por isso, e não considerando os custos inexistentes com pesquisa, eles desfrutam de uma enorme vantagem de custo em relação ao fabricante do produto genuíno.

Além disso, considerando as dificuldades de investigação e punição dos infratores, é fácil constatar que a produção de medicamentos falsificados pode ser mais lucrativa do que o tráfico de drogas ilegais. Embora os medicamentos falsificados sejam geralmente feitos em laboratórios de fundo de quintal, é comum que os encarregados e os financiadores destas operações formem uma rede criminosa altamente profissional.

Diferente dos outros casos de pirataria ou falsificação, os pacientes que compram medicamentos falsificados acreditam de boa-fé que estão comprando um produto genuíno. Porém, o falsificador almeja o dinheiro do paciente sem considerar sua vida ou saúde.

Quem é afetado por produtos falsificados?

Todo medicamento é passível de falsificação, tanto medicamentos patenteados, como genéricos (medicamentos vendidos sob o nome do princípio ativo depois de vencida a patente do produto original). Os medicamentos caros, vendidos somente com prescrição médica para tratar doenças tais como AIDS ou câncer, são particularmente rentáveis para estes "comerciantes" duvidosos. Mas, ainda assim, mundialmente, os antibióticos são provavelmente os medicamentos mais comumente falsificados. De modo crescente, medicamentos de estilo de vida, tais como produtos para tratar disfunção erétil, ocupam uma boa posição na lista. Por este motivo, qualquer paciente está em risco.

O que são medicamentos falsificados?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Federação Internacional das Associações de Fabricantes de Produtos Farmacêuticos (IFPMA) definem um medicamento falsificado como um medicamento que é rotulado erroneamente de forma deliberada e fraudulenta em relação à identidade e/ou fonte.


Simplificando, eles são medicamentos que não provêm do fabricante original ou sofrem alterações ilegais antes do seu fornecimento ao paciente. Eles variam de falsificações “completas”, que são fabricadas pelos falsificadores do começo ao fim, a produtos genuínos cuja data de validade foi falsamente estendida. Alguns exemplos de medicamentos falsificados incluem produtos:

  • que contêm o ingrediente ativo correto, mas em uma dose muito alta ou muito baixa;
  • cuja data de validade foi alterada;
  • que não contêm o ingrediente ativo;
  • que contêm um ingrediente ativo diferente daquele declarado ou
  • que são vendidos com embalagens, blisters e/ou panfletos de informações ao paciente falsos.

Infelizmente, estes “medicamentos” geralmente não podem ser identificados por leigos ou por médicos e farmacêuticos sem mais informações.

Quais são os riscos para a saúde?

As pessoas tomam remédios para tratar suas doenças e ficarem saudáveis. Claramente, um falsificador não está interessado em produzir um medicamento com a mesma qualidade do original. Os riscos são óbvios no caso de produtos falsificados, que por sua natureza prejudicam o paciente ou consumidor, por exemplo, ao conter toxinas e impurezas.

Mas além destes exemplos ostensivos, os produtos falsificados são geralmente inferiores em qualidade, provavelmente devido aos processos de fabricação insatisfatórios ou armazenamento inadequado. E mesmo que o produto contenha alguns ingredientes ativos, eles podem ser inadequados em qualidade ou quantidade, fazendo com que uma vacinação ou teste falhe ou resultando em resistência contra o ingrediente ativo genuíno. Depois de tudo, existem boas razões para que a lei prescreva procedimentos tão elaborados para ensaios clínicos, autorização de comercialização e monitoramento de medicamentos.

A falta de informações sobre a indicação correta, uso, etc., pode causar riscos e danos consideráveis, mesmo se o conteúdo do medicamento for genuíno. Em alguns casos, o falsificador adiciona substâncias perigosas ao produto com o objetivo de produzir um “efeito” (ou então um “efeito colateral” sem qualquer valor terapêutico) semelhante ao do produto original. Tomar um medicamento falsificado é sempre um jogo de roleta russa.

Exemplos

  • Náusea é um efeito colateral inevitável de um produto genuíno tomado para tratar uma doença muito séria. Os pacientes que confiam neste medicamento e o tomam regularmente têm consciência disso. Os falsificadores podem ter o cuidado de adicionar uma quantidade de substância tóxica ao seu produto falsificado para produzir um efeito colateral similar, para que os pacientes acreditem que estão tomando o medicamento original.
  • Um medicamento para disfunção erétil falsificado contém modificações do ingrediente ativo original, que não foram submetidos a ensaios clínicos. O falsificador também pode combinar diversos ingredientes ativos. O produto falsificado pode apresentar um efeito “visível”, talvez até mesmo um efeito aparentemente “melhor” do que o verdadeiro uma vez que a dose foi aumentada deliberadamente – mas o paciente não sabe o que ele está tomando na verdade (e qual dose) e quais serão os efeitos a longo prazo.
Fonte: bayercontrapirataria.com.br

Identificando Produtos Falsificados

Como posso identificar um produto falsificado?

Os pacientes não estão indefesos contra produtos falsificados. A melhor forma de se defender é desconfiar de ofertas não convencionais. A questão vital é: posso confiar no meu fornecedor?

A farmácia onde você compra seus medicamentos é um lugar de confiança?

Se um indivíduo privado lhe oferecer produtos farmacêuticos, por exemplo, no eBay, em uma discoteca, na academia de ginástica, em estabelecimentos não autorizados, como camelôs, ou até mesmo em áreas de prostituição, você deve não somente recusar a oferta, mas também relatar o incidente às autoridades apropriadas.

Atente também para os seguintes elementos de segurança que devem constar em todas as embalagens de medicamentos vendidos no varejo:

Tinta Reativa ou "Raspadinha" - Todos os medicamentos comercializados no varejo devem conter um espaço com tinta reativa que, se raspada com objeto metálico, revela a palavra "qualidade" e a logomarca da empresa fabricante. Esta tinta reativa deverá ser encontrada numa das laterais da embalagem do medicamento, na altura das tarjas vermelhas ou pretas ou, no caso de medicamentos sem tarja, no local correspondente. Observe-se o exemplo abaixo:

Antes de raspar:



Depois de raspar:

Lacre ou Selo de Segurança - Todos os medicamentos comercializados no varejo devem conter lacre ou selo de segurança que, depois de rompido, é irrecuperável, conforme exemplo abaixo:


Além disso, ao adquirir qualquer medicamento, o usuário deve observar se na embalagem consta o número do registro na Anvisa. Em caso de suspeita, o recomendado é entrar em contato com a vigilância sanitária local ou ligar para o Disque Saúde, por meio do serviço telefônico gratuito 0800-61-1997.

Fonte: bayercontrapirataria.com.br

Remédios proibidos são vendidos na fronteira do Brasil com Paraguai


Mais vendidos são analgésicos, que têm registro na Vigilância do Paraguai, mas não passaram por inspeção no Brasil.

No flagrante, um senhor de boné vermelho oferece medicamentos aos passageiros do ônibus. Nas mãos, cartelas de diferentes remédios.

Quando ele percebe que está sendo filmado, larga o produto que atravessa a fronteira. Já do lado paraguaio, defende a venda. Diz que os medicamentos passaram por inspeção sanitária de um laboratório do Paraguai.



Os mais vendidos são os analgésicos, remédios que têm registro na Vigilância Sanitária do Paraguai, mas que não passaram por inspeção sanitária no Brasil. Quem compra diz não se importar com a procedência e sim com o preço.

“É só R$ 1 a cartela. Às vezes não há condição de ir à farmácia. Aqui na cidade é difícil. Levar para lá é bem mais fácil”, diz uma mulher.

Além do risco da automedicação, o médico urologista Faisal Augusto Esgaib alerta para a legalidade dos medicamentos. Um dos mais vendidos na fronteira do Brasil com o Paraguai é proibido no Brasil. A substância metamisol, usada como analgésico, não é aprovada pela Anvisa e tem o comércio proibido em outros 15 países.

“O paciente ou a pessoa que toma está sujeito a tomar um medicamento que não funciona, que não vai fazer efeito ou, na pior das hipóteses, que possa fazer mal à saúde dele”, explica o auditor fiscal Ricardo Augusto Franco.

Quem vende medicamentos de origem estrangeira sem cumprir a lei de importação está cometendo vários crimes, entre eles, contrabando. A pena pode chegar a 15 anos de prisão e o infrator também pode responder por crime contra a saúde pública, além de pagar multa.

“Para importar o medicamento, qualquer mercadoria, a pessoa tem que preencher uma declaração junto à Receita Federal. E, no caso dos medicamentos, é necessário também uma licença da Anvisa”, acrescenta o auditor fiscal.

A Anvisa vai dizer se esse medicamento pode ou não entrar no Brasil.

Fonte: Bom Dia Brasil

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Anvisa e Polícia Federal fecham lojas de remédios "artesanais"


Cinco já foram lacradas vendendo pomadas, aguardentes, lambedores com rótulos industriais.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Vigilância Sanitária Estadual, com o apoio da Polícia Federal realizam desde ontem uma operação em farmácias que vendem medicamentos irregulares. Somente na manhã de hoje, duas lojas foram lacradas na rua Félix Pacheco, no Centro de Teresina.

De acordo com o chefe de Inteligência da Anvisa, Adilson Bezerra, duas distribuidoras e três famarcias já foram lacradas, por estarem comercializando produtos sem licença sanitária e/ou contrabandeados.
Segundo Adilson Berreza, na Ricell Medicamentos foram encontrados medicamentos sem registro e licença de comercialização como o Pramil e Anabolizantes e no Baratão do Medicamento, ambos na rua Félix Pacheco, foram encontrados produtos terapêuticos sem fiscalização dos órgãos de vigilância.



A multa para os estabelecimentos varia de R$ 1.500 a R$ 2 milhões, o estabelecimento é fechado e só reabre após recolhimento dos produtos ilegais por parte da vigilância sanitária e o proprietário pode responder pelo artigo 273 do Código Penal, de crime contra a saúde pública.

O coordenador de Medicamentos da Secretaria de Saúde do Estado, Antônio Pedro, informou que a empresa Santa Cruz dos Milagres, que possuía uma fábrica na Santa Maria da Codipi, zona Norte, também foi fechada, por vender produtos fitoterapeuticos.
Os produtos e os proprietários estão sendo encaminhados à sede da Polícia Federal e será aberto um inquérito pelo delegado de plantão.

Caroline Oliveira
Fonte: cidadeverde.com

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Análise de impacto do stent farmacológico no orçamento do sistema único de saúde

Denizar Vianna Araújo; Valter Correia Lima; Marcos Bosi Ferraz

Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM - São Paulo, SP


RESUMO


FUNDAMENTO: Stents farmacológicos representam opção adicional para o tratamento da doença arterial coronariana. Essa tecnologia representa importante inovação, para a qual pode ser necessário financiamento adicional, no curto prazo, para permitir incorporação no Sistema Único de Saúde brasileiro.

OBJETIVOS: Estimar o impacto da incorporação do stent farmacológico no orçamento do Sistema Único de Saúde, no primeiro ano de utilização.

MÉTODOS: Foi elaborado um modelo de impacto no orçamento para prever o impacto econômico da incorporação dos stents farmacológicos no orçamento do Sistema Único de Saúde. Foram coletados dados de custo e procedimentos locais de várias fontes, mais especificamente: dados de volume de procedimentos, custos hospitalares, custos dos stents, custos de medicamentos e número de stents utilizados por procedimentos uni e multivasculares.

RESULTADOS: Os resultados no primeiro ano indicam que o impacto no Sistema Único de Saúde é de 12,8% no cenário conservador e de 24,4% no pior cenário, representando aumento de R$ 24 milhões a R$ 44 milhões no orçamento total projetado.

CONCLUSÃO: O uso de stent farmacológico tem custo adicional comparativamente ao uso de stent convencional, no primeiro ano de utilização, no Sistema Único de Saúde.

Palavras-chave: Angioplastia transluminal percutânea coronariana, tecnologia de alto custo.

Confira o artigo completo clicando no link abaixo:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007000400016&lng=pt&nrm=iso

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Curso de Farmácia da UFPI conta com mais um doutor em seu quadro de docentes

















Foto: da esquerda para direita(Pedro Rolim,José Arimatéia,AnaCristina,José Lamartine,Miracy Albuquerque,Adriano Antunes e Livio Cesar)

O Curso de Farmácia da Universidade Federal do Piauí conta com mais um doutor em seu quadro de professores. Na ultima sexta-feira doutorou-se em Ciências Farmacêuticas, em tempo recorde (2 anos), o Prof. Dr. José Lamartine Soares Sobrinho com o tema: Sistemas de Vetorização do Benznidazol para o Tratamento da Doença de Chagas, tendo como orientador o Prof. Dr. Pedro Rolim da UFPE.


O tema é bastante relevante, pois a doença de Chagas atinge 9,8 milhões de pessoas no mundo e o unico tratamento disponível hoje no Brasil é o benznidazol que apresenta alta toxicidade e efeitos colaterais indesejáveis.

As formas habituais de transmissão da doença de Chagas humana reconhecidas são aquelas ligadas diretamente ao vetor, à transfusão de sangue, à via congênita, e mais recentemente, as que ocorrem via oral, pela ingestão de alimentos contaminados. Mecanismos menos comuns envolvem acidentes de laboratório, manejo de animais infectados, transplante de órgãos e pelo leite materno. Uma via teoricamente possível, mas extremamente rara é a transmissão sexual.

Apesar dos avanços alcançados nos controles vetorial e transfusional em países do Cone Sul, a doença de Chagas ainda representa um sério desafio pela sua peculiar epidemiologia, caracterizada pela diversidade de situações de risco (grande número de vetores e reservatórios potenciais, variadas formas de infecção e diferentes estoques do parasito que circulam no ambiente domiciliar, peridomiciliar e silvestre), por não dispor de medidas profiláticas e esquemas terapêuticos mais eficientes, menos tóxicos e de baixo custo e pela falta de um entendimento mais completo da fisiopatolologia da evolução da doença crônica. Assim esta doença continua sendo um sério problema de saúde pública pelo seu importante lugar entre as endemias rurais, e por inutilizar muitas vidas em plena idade produtiva.


O objetivo do trabalho é aumentar a solubilidade e, em consequencia, diminuir a toxicidade por administração de menores doses. Professores da UFPI fizeram parte da banca examinadora(Prof. Dr. José Arimatéia Lopes - Pró-reitor de planejamento e o Prof. Dr. Lívio Cesar Nunes - Coord. do Curso de Farmácia), proporcionando mais orgulho para nossa instituição.