Brasília - Os resultados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher deixaram em alerta o Ministério da Saúde que pretende reforçar os programas de distribuição de sulfato ferroso e de vitamina A, principalmente nas áreas mais atingidas pelas duas doenças como o Nordeste, no caso da anemia e o Sudeste, no caso da deficiência em vitamina A.
Atualmente, o governo já distribui 8 milhões de frascos de xarope de sulfato ferroso para crianças e 250 milhões de comprimidos para mulheres grávidas em todo país.
De acordo com a coordenadora da secretaria de Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, será criada ainda uma comissão para monitorar os índices de ferro e ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho, adição determinada por lei desde 2004 e que passou a vigorar em 2005.
“Essa comissão vai se encarregar de acompanhar se os teores de ferro e ácido fólico são adequados como prevê a lei e ainda fiscalizar se os percentuais informados pelos rótulos estão corretos”, destacou.
A comissão funcionará nos mesmos moldes da já existente comissão de fiscalização do sal que, também por lei, deve ser adicionado de iodo.
O estudo realizado em 2006 demonstrou que 20,1% das crianças brasileiras com menos de 5 anos apresentam quadro de anemia e 17% apresentam deficiência de vitamina A. O levantamento ainda mostrou que a anemia em mulheres em idade fértil atingiu um índice 29,9% no país e 12,3% em relação à deficiência de vitamina A.
Ana Beatriz acredita que a pesquisa não chegou a registrar melhorias que podem ter sido obtidas após a adição obrigatória das substâncias preventivas da anemia nas farinhas. “A adição do ferro e do ácido fólico começou em 2005 e os dados da pesquisa são de 2006. Não se tem reflexos efetivos das políticas que foram iniciadas nesse governo nesses resultados. Os dados obtidos são linha de base para avaliação dessas ações no futuro”, explicou.
Além dessas medidas, o governo quer fazer uma ação específica para os estados da Região Sudeste que apresentaram um índice de 21,6% de deficiência de vitamina A entre crianças com menos de 5 anos.
Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
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