sexta-feira, 7 de maio de 2010

TESTE IDENTIFICA LEPTOSPIROSE EM APENAS 15 MINUTOS




Pesquisadores da unidade baiana da Fundação Os­­waldo Cruz de­­senvolveram um teste rápido para diagnóstico da leptospirose, doença infecciosa provocada pela bactéria leptospira, presente na urina do rato. Com uma gota de sangue do paciente, em 15 minutos os médicos poderão conhecer o resultado e iniciar o tratamento adequado. O exame convencional, recomendado pela Organização Mundial de Saúde, leva 15 dias para ficar pronto.

A ideia para o teste rápido surgiu na epidemia de dengue de 1996, em Salvador. “Todo indivíduo com febre, dor de cabeça, dor muscular – sintomas que podem ser de hepatite, leptospirose ou até mesmo gripe – era tratado para dengue”, lembra um dos coordenadores do projeto, Mitermayer Galvão dos Reis.

Naquele ano, o Hospital Couto Maia recebeu 303 pacientes com quadro grave de leptospirose, quan­­do já há insuficiência renal aguda. Desses, 40% haviam recebido diagnóstico para dengue. O teste rápido foi feito a partir do soro sanguíneo colhido de pacientes com leptospirose. “Usamos técnicas da biologia molecular para identificar componentes da bactéria leptospira que são capazes de produzir anticorpo, o antígeno”, ex­­plica Reis.

Uma gota de sangue do dedo do paciente é depositada no aparelho, que se assemelha aos testes de gravidez. Quando o sangue e o antígeno reagem, sur­­ge a coloração rosa, caso o re­­sultado seja positivo. “O mé­­dico ou seu assistente po­­dem fazer o exame. Isso evita que o paciente volte para casa com diagnóstico errado, que piore e retorne aos hospitais, precisando de hemodiálise”, diz Reis, cujo pai morreu em 1975, sem que os médicos conseguissem diagnosticar se ele sofria de hepatite ou leptospirose.

“Minha motivação é que possamos salvar os pais de ou­­tras pessoas”, afirma Reis. O teste rápido será submetido à Agência Nacional de Vigi­lância Sanitá­ria (Anvisa) em junho. A estimativa é que o Ministério da Saúde possa encomendar os testes à Fio­cruz a partir do fim do ano. O trabalho foi feito em parceria com a Universidade de Cor­nell e da Califórnia.

Fonte: Gazeta do Povo

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