terça-feira, 11 de maio de 2010

Médicos falam sobre o uso da pílula anticoncepcional na adolescência


Método contraceptivo completa 50 anos nesta terça-feira

A pílula anticoncepcional completa 50 anos nesta terça-feira (11). Em 1960, a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, legalizou a primeira pílula contraceptiva da história e, desde então, muita coisa mudou na vida das mulheres. A criação do hormônio é considerada um dos marcos da revolução feminina.

Com o medicamento, elas passaram a decidir quando querem engravidar, fato que causou um grande choque para a geração conservadora da época. De lá para cá, muita coisa mudou e, atualmente, por causa da antecipação do início da vida sexual, até adolescentes passaram a tomar a pílula.

Segundo especialistas, não há problema em adolescentes usarem o método contraceptivo, pois existem pílulas com baixa dosagem de hormônio que não possuem contra-indicações. A doutora Albertina Duarte, uma das ginecologistas mais badaladas do Brasil e coordenadora do programa de saúde do adolescente da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, comenta sobre o uso da pílula da adolescência.

- Hoje existem pílulas de dosagem [hormonal] muito baixa. Então há pouca contra-indicação médica. Só é aconselhável é que a adolescente espere pelo menos um ano depois da primeira menstruação [para tomá-las], para conhecer o seu ritmo hormonal.

Entretanto, a ginecologista afirma que muitas jovens estão tomando a pílula do dia seguinte ao invés de optar pela tradicional pílula de cartela inteira. Como explica Albertina, a mania não é nada saudável para as garotas.

- Tem muitas meninas que tomam a pílula do dia seguinte três ou quatro vezes ao mês. A dosagem deste método contraceptivo é maior do ue a das pílulas de antigamente e é como se as jovens tomassem meia caixa de pílulas em um dia só. O ideal para o adolescente é a baixa dosagem de hormônio.

A médica ainda ressalta que o importante é “não ter uma gravidez indesejada”.

- Não engravidar é o mais importante. Usar a pílular não deve ser motivo para maiores preocupações.

Desta maneira também pensa o Dr. José Maria Soares Junior, chefe do Ambulatório de Ginecologia da Infância e da Adolescência da Unifesp. Para o médico, “a pior coisa que tem é a gravidez na adolescência”.

- A paciente deixa de estudar, passa por problemas econômicos e muitas vezes não faz o pré-natal [exames feitos durante a gravidez para garantir a saúde do bebê] ou faz muito tarde.

A Dra. Felisbela Soares de Holanda, ginecologista também da Unifesp, também acha que “uma gravidez indesejada na adolescência é um problema maior do que o uso do anticoncepcional”. Entretanto, a médica conta que muitas meninas usam o medicamento sem prescrição médica.

- A grande maioria usa anticoncepcional e não procura um ginecologista. As garotas optam por aquele que a irmã mais velha ou a amiga toma. Mas talvez não seja o hormônio mais apropriado para elas, pois o médico tem que prescrever a melhor escolha. O importante é que tenha baixa dosagem.

Luciana Mello, de 19 anos, toma a pílula anticoncepcional desde os 16. A garota conta que passou a usar o método contraceptivo quando iniciou a sua vida sexual e porque não queria engravidar.

- Eu comecei a tomar por causa das relações sexuais mesmo e acho bom para evitar a gravidez.

A jovem ainda explica que “nem imagina” como seria a sua vida sem o uso do hormônio e afirma que, além de prevenir uma gravidez indesejada, a pílula regula o seu ciclo menstrual.

Fonte:R7

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