quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Missão oficial à China rende primeiro acordo de transferência tecnológica na Saúde

Acordo entre a brasileira EMS e a chinesa Shanghai Biomabs permitirá a produção no Brasil de biofármacos de última geração

A missão brasileira liderada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que está na China desde o início da semana com objetivo de estreitar as relações comerciais no setor produtivo da Saúde entre os dois países, já apresenta os primeiros resultados. Nesta quarta-feira (9), a EMS, maior farmacêutica brasileira, assinou um acordo de transferência de tecnologia com o laboratório chinês Shanghai Biomabs para a fabricação no Brasil de seis produtos biotecnológicos de última geração. Dentre esses produtos estão os chamados anticorpos monoclonais, medicamentos biológicos com indicação para tratamento de doenças graves e de alto custo em seus tratamentos, especialmente cânceres diversos, artrite reumatoide e osteoporose, entre outras.

O primeiro produto alvo dessa parceria será o Etanercepte, cuja indicação principal é a artrite reumatóide, e que hoje gera gastos anuais da ordem de R$ 80 milhões ao Ministério da Saúde, principal comprador do medicamento.

A entrada de uma empresa brasileira neste mercado ampliará a concorrência, o que deverá levar à redução do preço do medicamento, uma vez que hoje ele é fornecido ao Brasil por apenas uma fabricante multinacional. Além disso, a transferência de tecnologia fortalece o complexo industrial brasileiro e contribui para a redução da nossa dependência externa em relação à tecnologia de ponta em saúde”, afirma o ministro Temporão.

Estima-se que 850 mil pessoas sofram de artrite reumatóide no país. Cada ampola de 50 mg do medicamento custa hoje ao ministério R$ 708,00. Levando-se em conta que o tratamento mensal é composto por quatro ampolas, o custo do tratamento por cada paciente chega a custar à pasta, mensalmente, R$ 2.832,00.

Até o mês passado, o ministério financiava 90% do valor do remédio por meio de transferência de recursos aos estados, aos quais cabia sua aquisição. Portaria recém-publicada pelo Ministério da Saúde transfere para a pasta a responsabilidade pela compra centralizada deste medicamento, o que deverá trazer uma economia de R$ 29 milhões ao ano para os cofres públicos.

Segundo a diretora de Relações Externas da EMS, Telma Salles, a expectativa é iniciar a produção do Etanercepte em território nacional em até cinco anos.

A cerimônia de assinatura do acordo entre as duas empresas, a ser realizada na tarde desta quarta-feira, em Pequim, contará com a presença do ministro e de sua delegação, a qual integram ainda representantes da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e representantes de indústrias farmacêuticas brasileiras.

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS – Além dos representantes do governo, participam da comitiva liderada pelo ministro Temporão à China entidades ligadas à indústria farmacêutica que representam mais de 300 empresas nacionais. Nesta quarta-feira, a a delegação brasileira promoveu um workshop sobre oportunidades de negócios no setor de saúde do Brasil, que contou com a participação de mais de 120 empresários chineses em busca de conhecimento sobre o segmento no país. Além disso, os representantes dos dois países participaram de uma rodada de encontros de negócios.

Não viemos aqui para simplesmente discutir ampliação do comércio bilateral da indústria entre Brasil e China. Queremos construir um caminho de parcerias para desenvolver e produzir tecnologias de interesse da saúde pública brasileira”, afirmou Temporão. Ele lembrou que, recentemente, um acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e um laboratório da Ucrânia para a produção nacional de insulina gerou redução de 70% no preço do produto adquirido por pregão.

Atualmente, o mercado farmacêutico movimenta R$ 28 bilhões por ano, apresentando altas taxas de crescimento anual e situando-se entre os 10 maiores do mundo. Para o setor de produtos médicos no Brasil, o faturamento é de cerca de R$ 8 bilhões por ano.

Esta é a terceira missão internacional do ministro da Saúde com o intuito de fortalecer os negócios no segmento. Em julho de 2008, Temporão levou empresários do setor à Índia; e, em setembro deste ano, liderou missão à Inglaterra, onde o governo brasileiro assinou acordo com a multinacional GlaxoSmithKline para investimentos de R$ 183,7 milhões no desenvolvimento de novas vacinas.

A idéia é atrair empresas ao Brasil, ampliar nossos processos de transferência de tecnologia, usando o nosso mercado, que é cada vez maior; o poder de compra do estado; e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como grande financiador, para que possamos ampliar a produção no Brasil”, afirma o ministro.

A balança comercial do setor de saúde no Brasil deve fechar este ano com um déficit de US$ 8 bilhões. Mas, conforme ressaltou o ministro, a preocupação é principalmente com o déficit de conhecimento. “Nossa prioridade é reduzir a defasagem de conhecimento e desenvolver tecnologia no Brasil.”

De acordo com ele, o mercado brasileiro está pronto para atrair novos investimentos por uma série de fatores, entre eles: sua capacidade reguladora, gerenciada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); potencial do setor, que movimenta 8% do PIB (R$ 160 bilhões) e emprega 9 milhões de pessoas; capacidade de financiamento, por meio do BNDES que tem uma carteira de R$ 3 bilhões disponíveis para a indústria farmacêutica; e políticas lançadas entre 2007 e o início deste ano, que tratam da Inovação e Pesquisa, da Política Industrial e da Saúde, esta última lançada pelo ministério, que possui um capítulo especial para o complexo produtivo.

DE OLHO NO SUS – Em encontro com a delegação brasileira, nesta terça-feira (8), o ministro da saúde chinês, Chen Zhu, manifestou interesse em visitar o Brasil no próximo ano para conhecer pessoalmente o funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde). A China iniciou, em abril passado, um plano de reforma de seu sistema de saúde, que tem como principal objetivo ampliar a cobertura da atenção básica, especialmente para a população rural – que representa mais da metade de sua população e que tem acesso precário aos serviços de saúde - e caminhar para o acesso universal, a exemplo do SUS, que, em 20 anos de existência, incluiu mais de 140 milhões de pessoas que não tinham qualquer acesso à saúde no Brasil.

Chen Zhu também sugeriu que os dois países impulsionem o intercâmbio entre seus institutos médicos e universidades para fortalecer a pesquisa científica e sugeriu iniciar discussões para a criação de um instituto de pesquisa comum, por meio da Fiocruz. Para Temporão, a área de princípios ativos encontrados em plantas – fitofármacos – tem grande potencial de cooperação bilateral, e deverá constar na agenda da Fiocruz em parceria com institutos de pesquisa e produção chineses.

Nesta quinta-feira, a delegação brasileira visitará a sede administrativa da Medicina Tradicional Chinesa. Parte da delegação brasileira terá ainda uma agenda de visita à agência reguladora chinesa de alimentos e medicamentos, a State Food and Drug Administration (SFDA), para troca de conhecimentos na área de regulação sanitária.

Fonte:Portal da Saúde

Saúde lança sistema para controle e distribuição de medicamentos

Ferramenta permitirá aos pacientes agendar a data para retirar remédio. Novo processo melhora o controle dos estoques

Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ter acesso a medicamentos em data agendada. O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (3), o Hórus – Sistema Nacional da Assistência Farmacêutica. A ferramenta será implementada como projeto-piloto em 16 cidades (veja quadro) em março e permitirá aos municípios o acompanhamento individualizado do uso de remédios e o controle da distribuição e do estoque em tempo real.


O Hórus está em funcionamento em Recife (PE) desde novembro deste ano. Para utilizar o programa, os profissionais dos 16 municípios do projeto-piloto vão passar por treinamento em janeiro e fevereiro e, em março, começam a utilizar o sistema. A partir de abril, todos os municípios do Brasil poderão usar o sistema gratuitamente. Para isso, as prefeituras que tiverem interesse podem fazer o cadastro no site www.saude.gov.br/medicamentos (seção profissionais e gestores) a partir desta quinta-feira (3).

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, o novo programa terá um impacto importante na assistência farmacêutica do SUS. “O Hórus permite a melhoria da qualidade da informação, do gasto e da segurança dos pacientes, pois eles tomarão os medicamentos na dose e na data corretas”, afirmou o secretário.

O nome do sistema vem da expressão “Olho de Hórus”, símbolo egípcio que significa saúde e felicidade. No contexto do sistema, ele simboliza o recebimento correto, racionalidade no uso e bom gerenciamento dos medicamentos. “Será o olhar do gestor sobre o que acontece na assistência farmacêutica. Teremos acesso a informações em tempo real e poderemos qualificar a gestão”, afirma o Departamento de Assistência Farmacêutica do MS, José Miguel do Nascimento Júnior.

Ele destaca que, com o novo programa, as pessoas vão conhecer o custo de cada fármaco na hora em que o receberem. O governo poderá controlar a regularidade em que os medicamentos são fornecidos e saber se o paciente foi buscá-los na data marcada. Futuramente, poderá haver um planejamento para que as equipes de saúde da família façam a busca ativa das pessoas que não continuaram o tratamento. “O Hórus é uma ferramenta muito importante. Esperamos a massificação do seu uso para podermos, mais para frente, avaliar o desempenho e o impacto dos novos investimentos em saúde”, diz Nascimento.

INTEGRAÇÃO - O Hórus é um software livre que será operado pelas secretarias municipais de Saúde e almoxarifados centrais. Ele é integrado ao Cartão Nacional de Saúde e ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, o que permitirá o acompanhamento da saúde de cada paciente.

O sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF) do Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Recife.

Fonte:Portal da Saúde

sábado, 5 de dezembro de 2009

Curso de Farmácia da UFPI estuda a possibilidade de uso do babaçu na indústria farmacêutica e de cosméticos

O Departamento de Farmácia da UFPI está desenvolvendo um estudo para verificar quais são as potencialidades e as possibilidades que existem para desenvolvimento tecnológico de produtos utilizando o babaçu na indústria farmacêutica de alimentos ou de cosméticos.

Os trabalhos, que estão em fase inicial durarão cerca de uma ano, no momento buscam identificar qual das duas espécies do babaçu é a mais comum aqui na região do Piauí e Maranhão.

O primeiro passo será analisar se o babaçu das regiões do Piauí e Maranhão possuem a mesma constituição química, pois é sabido que as plantas apresentam variações na sua composição química dependendo do local em que são cultivadas.

Serão caracterizadas duas regiões no Piauí (União e Água Branca) e duas no Maranhão (Caxias e Parnarama). Será avaliada a composição química desses materiais e depois realizada a caracterização do mesocarpo (região do fruto das angiospermas que fica entre o pericarpo e o endocarpo), para posteriormente buscar quais as propriedades desses produtos para que possam ser utilizados na indústria farmacêutica ou de alimentos.

O professor do Curso de Farmácia da UFPI, Dr. Lívio Cesar Cunha Nunes, explica que “um medicamento possui o princípio ativo, que tem ação farmacêutica e tem outras substâncias que ajudam até chegar ao local de ação e ser ativo. Então, por exemplo, um comprimido de 150 mg, muitas vezes ele tem 50 mg de princípio ativo, o que completa essa carga são excipientes, esses excipientes podem ser: lubrificantes, desintegrantes, agregantes, anti-oxidantes, então é uma gama de possibilidades e nós estamos estudando o mesocarpo do babaçu para ver em qual dessas classes ele vai se encaixar.”

O projeto foi aprovado no Programa de Bolsa a Iniciação Tecnológica (PIBIT) e é coordenado pelo professor Dr. Lívio Cesar Cunha Nunes, com participação da professora da área de Alimentos da UFPI – M.Sc. Valesca Ferreira de Albuquerque, o professor Francisco de Assis Oliveira e o professor José Lamartine Soares Sobrinho. Também participam do projeto os alunos André Igor de Oliveira Prado, Camila Maria, Maxwell Arruda, Pablo Ricardo e Ruidegran.

Fonte: Falando em Saúde

Uma nova era para as pesquisas sobre células-tronco nos Estados Unidos

Liberação do uso de verbas públicas impulsiona pesquisadores.
Medida era promessa de campanha do presidenge Barack Obama.

O Instituto de Saúde do governo norte-americano (NIH, na sigla em inglês) divulgou que as primeiras pesquisas com células-tronco financiadas pelo governo estão começando um pouco mais tarde do que se esperava.


Nesta semana, o NIH aprovou a utilização de verbas do governo para trabalhos com 13 linhagens de células-tronco, primeira parte de um grupo de mais de uma centena que aguarda aprovação. Essa é primeira conseqüência direta da mudança de postura da administração central daquele país.


Uma das promessa de campanha de Barack Obama e que foi cumprida nos primeiros dias de governo foi a suspensão de uma proibição de financiamento público para pesquisas com células-tronco embrionárias.


Embora o decreto liberando a verba tenha sido assinado em março desse ano, cada projeto tem que ser aprovado por uma comissão antes de receber os recursos para a pesquisa.

Avaliação

Um comitê de ética avalia cada uma das linhagens de células, obtidas em clínicas de fertilização, onde seriam descartadas, tem origem éticamente aceitável.
As pesquisas aprovadas são do Children’s Hospital, em Boston (11), e da Rockfeller University, de Nova Iorque (2).


Trinta linhas de pesquisa diferentes foram aprovadas, somando um total de mais de 20 milhões de dólares e aguardam a liberação pelo comitê que está revisando os aspectos éticos de cada uma antes de dar o sinal verde.

As pesquisas envolvem doenças degenerativas neurológicas, problemas cardiovasculares e a recuperação de neurônios destruídos em acidentes graves.

As células-tronco embrionárias continuam avançarem um caminho que até hoje é promissor.Além disso o domínio da tecnologia de sua manipulação abre portas para outras descobertas.

Fonte: G1

SUS financia seis novos medicamentos fitoterápicos


O Sistema Único de Saúde (SUS) financiará seis novos medicamentos fitoterápicos. A partir do próximo ano, os postos de saúde poderão oferecer fármacos produzidos à base de alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato. Com isso, o número de fitoterápicos financiados pelo SUS passa de dois para oito. Os novos produtos - preparados a partir de plantas medicinais - são indicados para o tratamento de problemas como prisão de ventre, inflamações, artrite reumatóide e sintomas do climatério.

Esses medicamentos serão financiados com os mesmos recursos utilizados para a compra dos medicamentos da atenção básica. A portaria que inclui esses fitoterápicos no Componente Básico de Assistência Farmacêutica foi publicada no Diário Oficial da União nesta semana.

O diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior, explica que a escolha desses fitoterápicos considerou as evidências científicas de segurança e eficácia a respeito deles. "Vamos ampliar as opções terapêuticas para a população. Ao oferecer esses fitoterápicos no SUS, aliamos a sabedoria e a prática popular às evidências científicas desses medicamentos", afirma Nascimento.

Ele observa que os medicamentos são extraídos de espécies da flora brasileira não ameaçadas de extinção. Dessa forma, o financiamento segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que os países usem os recursos naturais disponíveis no próprio território para promover a atenção primária à saúde. "Além de ampliar a oferta de opções terapêuticas para a produção, vamos contribuir para o uso sustentável da biodiversidade nacional e para o desenvolvimento da agricultura e da indústria, além de incentivar a criação de empregos" ressalta o diretor.

DISTRIBUIÇÃO- Desde 2007, o SUS financia medicamentos fitoterápicos feitos à base de espinheira santa (para gastrites e úlceras) e guaco (para tosses e gripes), em apresentações como cápsula, comprimido e xarope, entre outras. Os produtos integram as listas de distribuição de medicamentos em 13 estados.

A inclusão dos seis novos fitoterápicos faz parte das ações do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que busca oferecer mais opções terapêuticas à base de plantas medicinais para a população. Os estados não são obrigados a oferecer todos os medicamentos. Assim como ocorre com a lista de fármacos da atenção básica, as secretarias estaduais e municipais de saúde deverão definir os medicamentos que serão distribuídos na rede pública de saúde, de acordo com a necessidade de cada região.

José Miguel do Nascimento Júnior destaca que a oferta dos fitoterápicos não interfere na política de distribuição de medicamentos alopáticos sintéticos, os mais conhecidos entre a população brasileira. A prescrição dos fitoterápicos será realizada pelos médicos e, com a receita médica em mãos, os pacientes terão acesso a eles nos postos de saúde gratuitamente.

COMITÊ - O Ministério da Saúde criou, em setembro, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Coordenado pelo Ministério e formado por membros do governo federal e da sociedade civil, o Comitê monitorará e avaliará as ações do Programa Nacional de Fitoterápicos.

Esse programa contempla todas as etapas de produção de um fitoterápico. As ações vão desde as pesquisas que demonstram evidências científicas da planta para um determinado tratamento, passando pelo cultivo, colheita e extração, até a produção e comercialização do produto.

NOVOS FITOTERÁPICOS

Alcachofra - Tratamento de dores na região abdominal associadas a disfunções relacionadas ao fígado e à bile.

Aroeira - Produtos ginecológicos anti-infecciosos

Cáscara sagradaRhamnus pushianaConstipação ocasional (prisão de ventre).

Garra do diabo - Anti-inflamatório (oral) para dores lombares, osteoartrite (artrose).

Insoflavona da soja - Climatério (coadjuvante no alívio dos sintomas).

Unha de gato - Anti-inflamatório (oral e tópico) nos casos de artrite reumatóide, osteoartrite (artrose) e como imunoestimulante.

Fonte:Piauí hoje