quinta-feira, 16 de julho de 2009

Estudo mostra que mulheres são menos resistentes ao HIV


O HIV progride mais rapidamente em mulheres do que em homens que apresentam níveis semelhantes do vírus no sangue, isso já havia sido comprovado. No entanto, uma equipe do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA, descobriu que uma molécula receptora envolvida no primeiro reconhecimento do HIV no corpo responde de forma diferente nas mulheres.

O estudo americano se concentrou em células do sistema imunológico chamadas células dendríticas plasmocitoides, que estão entre as primeiras células a reconhecer e lutar contra o HIV no corpo. De acordo com estudos em laboratório, uma porcentagem mais alta destas células de mulheres saudáveis não infectadas ficaram ativas quando colocadas na presença do HIV-1, em comparação com as mesmas células de homens.

O líder da pesquisa, Marcus Altfeld, afirmou que “Uma ativação mais forte do sistema imunológico pode ser benéfica nos primeiros estágios da infecção, resultando em níveis mais baixos de replicação do HIV-1. Mas a replicação viral persistente e a ativação crônica mais forte do sistema imunológico podem levar ao progresso mais rápido da AIDS, o que tem sido visto em mulheres”.

“O novo estudo ajuda a entender porque o HIV progride mais rapidamente em mulheres, em comparação aos homens com a mesma carga viral. O curioso é que exatamente porque a reação imunológica é mais forte nas mulheres, a infecção crônica possui um progresso mais rápido”, analisa o farmacêutico e tutor do Portal Educação, Ronaldo de Jesus Costa.

Além disso, os pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts analisaram o papel dos níveis de hormônios nas mulheres durante a infecção pelo HIV.

Sendo assim, foi descoberto que as células dendríticas plasmocitoides em mulheres mais velhas, que passaram pela menopausa, apresentavam uma atividade semelhante à observada em homens.

Por outro lado, as mulheres mais jovens, que ainda não passaram pela menopausa, e que tinham níveis mais altos do hormônio progesterona, tiveram uma maior ativação destas células em resposta ao HIV-1. Os cientistas verificaram então se isto tem ligação com a ativação de outras células do sistema imunológico, as chamadas células T.

Ao analisarem o sangue de homens e mulheres com o HIV-1, eles constataram que as mulheres apresentavam níveis mais altos de células T CD8+ do que os homens que tinham níveis idênticos do HIV-1 no sangue. As descobertas, publicadas na revista Nature Medicine, podem levar a novas formas de tratamento do HIV e desacelerar ou até mesmo parar sua progressão para Aids.

“Existem algumas diferenças genéticas, baseadas no sexo. No entanto, o acesso ao tratamento continua sendo o mais importante fator para evitar que o HIV progrida até o desenvolvimento da Aids”, afirmou Jo Robinson, da organização de caridade britânica Terrence Higgins Trust. Acrescentou ainda que a África Subsaariana é um dos lugares onde as mulheres são mais afetadas pelo vírus e têm menos chances de tratamento.


Fonte: Assessoria de Imprensa - Portal Educação

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